Queijo vegetal de castanha de caju e veganchee de azeitonas


Quando era mais pequena, gostava de comer uma fatia de pão com queijo e marmelada ao lanche. Normalmente, isso acontecia em casa dos meus avós maternos, a minha avó era uma cozinheira de mão cheia, fazia quase tudo em casa e a marmelada caseira era simplesmente deliciosa. 

Contudo, sabemos hoje em dia que todas estas receitas estão cheias de nutrientes nefastos para o nosso organismo e de açucares processados. 

Naquela altura, não se falava muito sobre nutrição e alimentação lá em casa, no entanto, aquela sensação da minha avó ter o cuidado de fazer o pão em casa e a marmelada caseira, fazia-me sentir muito amada, feliz e acarinhada sempre que fazia uma visita.



Penso que todos nós já passámos por isso, ter a plena consciência de que hoje em dia temos mais informação do que nos anos 80 ou 90 e que sabemos muito mais aquilo que devemos comer do que naquela altura. 

Quando comecei a fazer queijos vegetais, queria lembrar-me dos sabores da minha infância, poder sentir-me bem fazendo receitas saborosas, relembrar sentires antigos de uma maneira mais feliz e prazeirosa.

Apesar de não apreciar a maior parte dos queijos que derivam de origem animal, sempre apreciei aqueles queijos creme como os da marca queru ou filadelfia, bem como queijo flamengo ou palhais.



E foi num desses dias de lembranças com a minha mãe, que decidi testar e apostar numa receita de um queijo vegetal cremoso, cujo sabor estivesse todo lá de maneira que não restassem dúvidas que estava perante algo inigualável, delicioso e bastante mais nutritivo do que os queijos normais de compra.

Primeiro, testei com castanha do brasil ou castanha do pará, mas achei que ficou com um sabor um pouco amargo, depois experimentei juntar amêndoas ou amendoins e já ficou com um sabor melhor.

No entanto, a castanha de caju é a melhor para fazer este tipo de receitas. Para mim, é uma das melhores oleaginosas que existem na natureza. É multifacetada, tanto dá para receitas doces como salgadas e confere uma cremosidade fora de série.

Assim sendo, tinha umas castanhas de caju demolhadas e um queijo veganchee da minha querida Mónica Venda e pensei: E se juntasse os dois sabores e fizesse um queijo vegetal cremoso?! 



E dessa maneira saiu esta receita:

1 chávena e meia de castanhas de caju cruas demolhadas em água de véspera ou no mínimo 8 horas
2 chávenas de água morna
1 colher e meia de chá de flor de sal
3 colheres de sopa de fécula de mandioca 
1 colher de sopa de levedura de cerveja
sumo de um limão 
2 colheres de sopa polvilho azedo
1/4 de queijo veganchee de azeitonas



Preparação:

Lavar muito bem as castanhas de caju, colocá-las dentro da bimby ou outro processador com a água morna e juntar o sal, a levedura, o limão e o polvilho azedo. 

Triturar tudo durante um minuto ou até ficar com um creme consistente. Adicionar o preparado num tacho e levar ao lume até começar a ferver. 

Nesta altura, juntar o veganchee e a fécula de mandioca mexendo sem parar até ficar com uma massa cremosa e ferver por completo o que pode demorar uns 2 ou 3 minutos. 

Se começar a ficar muito pastoso adicionem um pouco mais de água morna e sumo de limão.

No final, basta colocar o queijo creme num recipiente e deixar arrefecer. Quando estiver à temperatura ambiente é só levar ao frigorífico que dura mais ou menos uma semana. 

Podem passar o queijo em pão caseiro, tostas integrais, galetes de quinoa ou arroz integral. É tão bom que cá em casa não durou dois dias.

Para encomendarem os VeganChee da Mónica basta clicarem aqui do lado direito da página e efectuarem o pedido por mensagem ou contactarem através do seu número de telefone.

Ovo de Páscoa Veganito


Faz hoje uma semana que se comemorou a Páscoa, uma altura onde se costuma fazer uma série de receitas baseadas nessa época festiva. Desde ovos da páscoa, folares a bolos tradicionais, tudo se faz para que essa data seja bem recebida por todos.

Confesso que não dou muito valor a estas datas comemorativas, pois não me fazem muito sentido, no entanto, é sempre uma boa altura para se realizar uma receita fresca, doce e que já apetece para estes dias que vão ficando cada vez mais solarengos.

Sempre tive aquela vontade de fazer um ovo de páscoa, imaginei muitas vezes como iria fazê-lo, como faria para que ficasse com aquela textura crocante e deliciosa logo à primeira dentada.

Mas depois pensava: " Como fazer um ovo de chocolate que fique parecido com o tradicional mas sem nenhum ingrediente de origem animal?! "

Depois de algumas pesquisas, decidi fazer uma receita simples mas cujo sabor estivesse lá todo, com alimentos frescos e deliciosos, que todos pudessem provar e experimentar, sendo algo diferente mas comestível, agradável e equilibrado.

Podem experimentar fazer esta receita sem o chocolate que fica igualmente bom, mas em vez de chamarem ovo de páscoa com chocolate podem fazê-lo como um "nice cream" que é o nome que se dá a gelado de fruta congelada.

Para fazer este ovo de páscoa basta obter um recipiente que seja semelhante a uma metade de um ovo, para que seja mais fácil moldar o chocolate. Podem também comprar moldes pela internet que sejam recicláveis. 

Eu pessoalmente não encomendei, porque consegui encontrar numa loja estas taças bonitas com o formato certo que eu precisava para realizar a receita. depois de algumas tentativas saiu este ovinho veganito cheio de alimentos bons, saudáveis e coloridos ❤


Receita:

1 embalagem de chocolate 85% de cacau 
5 bananas congeladas 
1 pitada de canela 
1 mão cheia de cajus crus demolhados de véspera  
1 fio de xarope de tâmaras 
1 mão cheia de côco cru laminado 
1 chávena de frutos vermelhos 
1 fio de maple syrup 
Uma mão cheia de pepitas de chocolate preto para decorar


Preparação:

Juntar o chocolate numa taça dentro de um tacho com água até derreter em banho maria. Adoçar com um fio de xarope de tâmaras. E reservar até ficar morno. 

De seguida, colocar o creme de chocolate à volta das taças de ovo com a ajuda de uma colher. Levar ao congelador por 10 minutos e depois da segunda camada mais 20 minutos. 

Deixar ficar lá dentro até terminar a segunda etapa da receita. Num tacho juntar os frutos vermelhos com um pouco de água e adoçar com um fio de maple syrup, mexendo até ferver e ficar uma mistura cremosa. Reservar até ficar completamente frio. 

Na bimby triturar as bananas congeladas juntamente com os cajus e juntar a canela. Retirar as tacinhas do congelador e adicionar uma camada do creme de frutos vermelhos e uma camada do preparado de caju e bananas. 

Decorar com o côco laminado, as pepitas de chocolate e um fio do xarope de tâmaras. Levar de novo ao congelador por umas horas. Comer à dentada :)


Folar de Páscoa Veganito


A páscoa foi à três dias, mas só hoje consegui vir aqui publicar a receita do folar veganito que fiz para este ano. Ficou com uma textura fôfa e aveludada mas ao mesmo tempo com uma consistência crocante por cima e muito saborosa por dentro .

A minha avó materna costumava fazer uns folares maravilhosos e esta receita também é um pouco dela, contudo alterei alguns ingredientes para ficar mais aproximado ao vegetarianismo.

Sabe-se que os folares são em forma de ninho e reza a tradição que deve ser colocado um ovo no meio. No entanto, desde que faço receitas vegetarianas que junto por cima do folar uma laranja, uma maçã ou até mesmo um limão. 

Faço isso por mera informação, para demonstrar que existem outras alternativas que não seja colocar um ovo no meio do folar pascal. E lá por sermos vegetarianos, não quer dizer com isso que a nossa comida não possa ser igual à mais convencional. 

Não sou muito dada às tradições, mas quando faço uma receita que apela a uma época festiva, tento sempre fazê-la à minha maneira substituindo os ingredientes que sejam de origem animal por outros de origem vegetal.

E porque não um folar veganito cheio de ingredientes do bem?! 



Aqui vai a receitinha ❤

350 g farinha de espelta branca
150 g farinha de espelta integral
10 g de fermento de padeiro seco 
75 ml óleo de côco derretido
250 ml bebida vegetal de amêndoa morna
1 colher de chá flor de sal
150 g açucar amarelo
1 colher de sopa canela em pó
1 colher sopa erva doce em pó
raspa de uma laranja 
sumo de meia laranja

Coberturta:

3 colheres de sopa de amido de milho 
100 ml bebida vegetal de amêndoa
1 pau de canela
1 casca de limão
3 colheres de sopa manteiga vegetal
5 colheres de sopa xarope de ácer ou xarope de tâmaras



Preparação:

Colocar a bebida de amêndoa morna numa tigela, juntar o fermento de padeiro e mexer um pouco. Reservar 10 minutos até a massa crescer de volume. 
Numa taça adicionar as farinhas, o sal, o açucar, a erva doce mais a canela e a raspa de laranja. 

De seguida, abrir um buraco no meio da massa e deitar a mistura de bebida de amêndoa com o fermento mais o óleo de côco derretido e o sumo da meia laranja. Misturar tudo muito bem com as mãos durante uns 5 minutos de forma a ficar com uma massa elástica e leve. 

Tapar de imediato o recipiente com uma toalha ou pelicula aderente e levar a um local seco, eu costumo colocar dentro do meu forno fechado e apagado durante 1h e 30 minutos. 

Após o tempo terminado retirar a massa para uma superfície lisa e fresca que pode ser a bancada da vossa cozinha, polvilhar com farinha e trabalhar a massa até se despegar dos dedos. 

Nesta altura, pode escolher o tipo de folar que pretende, quer seja em forma de ninho, entrançado, quadrado, redondo, em formas mais pequenas, etc. 

Eu escolhi em forma de entrançada larga porque fica maior e mais bonita. Para a trança basta fazer três rolos com a massa e juntá-los uns em cima dos outros. Pré aquecer o forno a 100º uns 3 minutos. 

Colocar a trança num recipiente forrado com papel vegetal ou um pouco de manteiga vegan e deixar a assar por uns 30 ou 35 minutos dependendo do forno. 

Retirar o folar entrançado e quando ficar morno preparar a cobertura levando um tacho ao lume com todos os ingredientes e com a ajuda de uma vara de arames mexer até começar a ferver. 

Deitar a cobertura por cima, um pouco de canela em pó e côco ralado. 



Bom apetite.

Bolo de "pão sem queijo" com mandioca e batata doce em alecrim


Este bolo salgado foi feito a pensar em pãezinhos sem queijo, os brasileiros costumam chamar de pão de beijo pois não tem qualquer ingrediente de origem animal e fica super saboroso. 

Só que quando pensei em fazê-los quis testar de maneiras diferentes e no final saiu este pão sem queijo grande e por isso dei o nome de bolo de pão sem queijo.

Já fiz uma série de receitas deste pãozinho e ficam sempre muito gulosos e bons para um lanchinho entre amigos e família. Gosto de acompanhar com doce de abóbora, tomate ou manteigas vegan.


Neste caso, a mandioca e a batata doce serviram de mote para esta receita, pois normalmente utilizo apenas um destes tubérculos, só que tinha um resto de batata doce já cozida e resolvi adicionar aos restantes ingredientes.

A mandioca é muito versátil, deixando os nossos cozinhados mais aprimorados e com uma textura semelhante a queijo tipo mozzarela, dependendo dos pratos que estivermos a cozinhar. 

Quando cozemos este tubérculo, nem sequer pensamos nas inúmeras possibilidades que temos para fazer óptimos cozinhados. Se acrescentarmos polvilho doce ou azedo que são farinhas que provêm da mandioca ainda melhor, porque vai concentrar todo o seu sabor naquele prato. 

Aqui fica a explicação de como utilizar os polvilhos doce e azedo.


E agora a receitinha ❤

500 g de mandioca previamente cozida e amassada
250 g de batata doce previamente cozida e amassada
375 g de polvilho azedo
375 g de polvilho doce
120 ml de azeite caseiro (pode usar óleo de girassol ou outro da sua preferência)

250 ml de água bem quente
1 colher sopa de flor de sal
120 g levedura de cerveja ou levedura nutricional (usei a primeira)
1 pitada de alecrim 
1 pitada de curcuma 

Se quiser, pode ainda acrescentar nesta receita alguns dos seus temperos preferidos como queijos veganos, óregãos, tomilho, alecrim, curcuma, manjericão etc...


Preparação:

Cortar os tubérculos aos cubos e deixar a cozer num tacho para ficarem com uma consistência cremosa. Levar os dois ingredientes a um processador ou bimby e processar um pouco até atingir uma massa homogénea. 

Num recipiente, juntar os restantes ingredientes e ir amassando com as mãos, tendo em atenção que a água deve estar bem quente para poder escaldar os polvilhos.

Quando verificar que a massa já está bem amasssada, untar uma forma com um pouco de óleo ou azeite e deitar todo o preparado lá para dentro. 

Levar o bolo ao congelador aproximadamente uns 30 minutos para ficar mais estaladiço e crocante por fora bem como mais fôfo por dentro.

Pré-aquecer o forno a 200º e levar o bolo salgado ao forno 20 a 25 minutos mas não mais que isso de modo a não ficarem muito secos.